Pesquisa sobre reprodução de espécie ameaçada é conduzida por Instituto de Pesca
24/06/2016 01:06

Um gigante dos mares ameaçado de extinção. Assim podemos definir o mero (Epinephelus itajara), peixe marinho da família dos serranídeos que figura na lista vermelha das espécies ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza e que desde 2002 tem sua pesca, transporte e comercialização proibidos no Brasil.
O fato ligou o alerta de pesquisadores do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Litoral Norte do Instituto de Pesca (IP), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), que em meados de 2011 iniciaram estudos sobre a reprodução do mero no Laboratório de Piscicultura Marinha, localizado em Ubatuba.
Eduardo Sanches, pesquisador do IP e coordenador da pesquisa, explica que o objetivo do estudo com os meros é desenvolver um banco de sêmen da espécie, avaliar a variabilidade genética desses peixes e obter os primeiros exemplares produzidos em cativeiro. “O trabalho com o mero é um grande desafio, pois ainda temos pouco conhecimento a respeito de sua biologia e de sua manutenção em cativeiro”, explica Sanches.
Até o momento, a equipe do IP já realizou com sucesso o congelamento do sêmen e criou o primeiro banco de esperma da espécie. Agora, os pesquisadores se debruçam sobre a etapa de ovulação e produção de larvas para, enfim, obter os primeiros meros nascidos no laboratório do IP em Ubatuba. “Sem dúvida, essa pesquisa abre as portas para que a conservação da espécie possa ser efetivamente consolidada. O patrimônio genético dos atuais exemplares já está preservado. Isto é um avanço notável.”, enfatiza o pesquisador.
Foto: Arquivo/ Revista Pesca Esportiva
Fonte: Revista Pesca Esportiva